Humor e irreverência invadem o Plano Piloto com a passagem dos blocos de rua
Pacotão e Raparigueiros levam mais de 100 mil pessoas às ruas da capital

Com muito humor e mensagens polêmicas, os blocos Pacotão e Raparigueiros encheram de energias positivas as ruas do Plano Piloto neste domingo, que foi abençoado com um dia ensolarado. Desde a manhã até a madrugada, ambos levaram um público de mais de 100 mil pessoas ao delírio no segundo dia de Carnaval, porém o primeiro em que se apresentaram.
Por volta das 12h, o Pacotão, famoso por suas mensagens picantes, começou a tocar suas tradicionais marchinhas carnavalescas na 302/303 Norte, e aos poucos foram reunindo o público para participar da folia. A Arrancada dos foliões, do Trio elétrico e da Banda Podre do Pacotão ocorreu às 15h30 e seguiu pelo início da avenida W3 Norte. O encerramento, previsto para 22h, será na 504 Sul.
"Nosso tema seria político, mas com os últimos acontecimentos, resolvemos mudar de última hora para Paz e Amor. Nossa ideia é fazer uma campanha pela paz, contra a intolerância, a homofobia. Queremos exaltar o respeito ao próximo. As notícias de mortes e espancamentos chocaram muito a todos. Esperamos este ano levar às ruas de 8 a 10 mil foliões", destacou Wilson Veleci, que se intitulou como um dos desorganizadores do Pacotão.
Um pouco antes das 18h, começou a concentração dos seguidores do Raparigueiros no Eixão Sul, altura da 106/206. Ao som de muito Axé, um público de mais de 100 mil pessoas seguiram os dois trios elétricos e aprenderam com os coreógrafos presentes danças como o famoso Lepo Lepo, que virou hit do Carnaval deste ano. A parada final será o Gran Folia, onde o bloco deve manter a animação até o dia amanhecer.
"A novidade deste ano foram as novas coreografias, com profissionais que vieram da Bahia só para ensinar os brasilienses o gingado dos baianos. Escolhemos o tema Batendo um Bolão para homenagear o Mané Garrincha, palco da Copa do Mundo deste ano. Temos também a certeza de que bateremos recorde de público este ano", revelou o diretor- fundador do Raparigueiros, Jean Souza Costa.

As amigas veterinárias Renata Ramos, 35 anos, e Ana Bárbara Rocha, de 30 anos, resolveram curtir o Carnaval de Brasília de última hora e acabaram no bloco dos Raparigueiros. "Ficamos sabendo por meio de um amigo que teria um movimento no Eixão Sul e viemos para cá. A única coisa que nos desagradou é que o público é de adolescentes, mas, por ser a primeira vez aqui, achamos interessante", afirmou Renata.
Pacotão
Conhecido como bloco de sujos, no Pacotão, o improviso e a desorganização são a tônica desde sua fundação, em 1978. Grupo de foliões com fantasias improvisadas se reúnem ao som de instrumentos característicos das fanfarras, metais e percussão e desfilam pelas ruas da cidade, cantando e sambando marchinhas carnavalescas. Todos os anos, eles satirizam a política nacional sempre em tom de ironia e deboche, com a marca do humor brasileiro.
Rapariguero
Fundado em 1992, o bloco até então desconhecido, começou com poucos componentes, e a cada ano que se passava foi conseguindo mais adesões e simpatia do público. Todos os anos ele traz estampado em suas camisetas temas polêmicos, com muita irreverência, que desperta atenção da sociedade. O grupo também faz festas juninas, trabalhos culturais, bailes, micaretas e diversos shows pela cidade.
Fonte: Agência Brasília
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